A moeda americana encerrou o pregão desta segunda-feira (10/2) em leve baixa, cotada a R$ 5,78, após oscilar ao longo do dia. Pela manhã, chegou a ser negociada a R$ 5,82, refletindo um início de alta de 0,44%. No entanto, reverteu a tendência e fechou com queda de 0,13% frente ao real.
O mercado financeiro operou sob expectativa de volatilidade, impulsionada pelas declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, no domingo (9/2), afirmou que pretende elevar tarifas sobre o aço e o alumíniocaso retorne à Casa Branca. A medida impactaria diretamente o Brasil, um dos principais exportadores de aço para os EUA.
Ameaça de tarifas sobre aço e alumínio
Durante entrevista a jornalistas a bordo do Air Force One, Trump reafirmou sua intenção de ampliar as tarifas de importação sobre metais. No primeiro mandato (2017-2021), o republicano já havia imposto tarifas de 25% para o aço e 10% para o alumínio, o que gerou impactos significativos para siderúrgicas brasileiras.
Atualmente, os principais fornecedores de aço para os EUA são Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul e Alemanha. O Canadá lidera também as exportações de alumínio para o mercado americano. Caso as novas tarifas sejam implementadas, o Brasil pode sofrer restrições adicionais na venda desses produtos.
Bolsa fecha em alta com apoio de grandes empresas
Mesmo diante das novas ameaças comerciais, o Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia com alta de 0,82%, atingindo 125.642 pontos. Pela manhã, o indicador chegou a 126.360 pontos, um avanço de 1%, impulsionado pelo desempenho positivo de Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco e Ambev.
Segundo análise da corretora Ativa, os principais destaques positivos do pregão foram:
• Automob (AMOB3): alta de 12%
• Cogna (COGN3): avanço de 5,92%
• Gerdau (GGBR4): crescimento de 5,81%
Impacto positivo para a Gerdau
A Gerdau, uma das maiores siderúrgicas do Brasil, pode ser beneficiada caso as novas tarifas entrem em vigor. Isso porque a empresa possui operações nos EUA, que representam quase metade de seus resultados financeiros. Com possíveis restrições ao aço importado, a companhia poderia ganhar competitividade no mercado americano.
Destaques negativos: Azul, Embraer e Azzas em queda
Enquanto algumas empresas se destacaram positivamente, companhias do setor aéreo e industrial registraram perdas:
• Azul (AZUL4): queda de 2,65%
• Embraer (EMBR4): recuo de 2,17%
• Azzas (AZZA3): baixa de 1,62%
A desvalorização das ações dessas empresas pode estar atrelada à incerteza econômica global e ao impacto potencial de novas tarifas sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos.
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