Nesta segunda-feira (27), Mauricio Sousa celebrou 90 anos em meio a uma trajetória que o coloca na prateleira dos grandes nomes da literatura e cultura brasileira.
Ao longo de seis décadas como ilustrador, desenhista e empresário, o pai da “Turma da Mônica” construiu um legado que ultrapassa gerações e fronteiras, levando, por meio de personagens como Cebolinha, Cascão, Magali, Franjinha, valores como amizade, respeito e empatia para milhões de leitores.
Turma da Mônica em sala de aula
A obra de Maurício de Sousa é inerente aos costumes e à memória dos brasileiros e não por acaso influencia diretamente artistas, professores e escritores, mostrando que educar e encantar são caminhos que podem ser feitos juntos.
Mauricio deu vida a um universo simbólico que traduz, com delicadeza e humor, a alma dos primeiros anos de vida. “Celebrar os 90 anos do Mauricio é celebrar a infância dentro de cada um de nós. Ele nos ensinou que contar histórias é um ato de amor e esperança”, reflete a psicopedagoga e escritora infantil Paula Furtado.
A autora, que já publicou mais de 60 obras literárias em parceria com Maurício de Sousa, explica que a colaboração nasceu com um propósito comum: oferecer às crianças histórias que unem aprendizado, emoção e imaginação.
Entre os títulos criados em conjunto estão: Folclore Brasileiro com a Turma da Mônica, adotado 5 anos seguidos pelo PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático), um verdadeiro manual repleto de atividades como adivinhas, trava-línguas, parlendas e brincadeiras, as coleções de livros Brincando de Folclore com a Turma da Mônica (50 volumes), e a terapêutica Bem Me Quer (com sete volumes) que aborda diferentes tipos de emoções: raiva, luto, medo, tristeza, ansiedade, rejeição, inveja, ciúmes e temas inclusivos, e mostra, por meio de desafios e conquistas dos personagens, que é possível enfrentá-los com coragem e criatividade.
Alfabetização com afeto
Para a pedagoga, a obra de Mauricio de Sousa transformou o processo de aprendizagem da leitura em uma experiência prazerosa, cotidiana e afetiva. “O Mauricio sempre acreditou na força das boas histórias e no poder da leitura para transformar vidas. Ele abriu caminhos e acolheu e incentivou autores e educadores a seguirem seus sonhos. Ter caminhado ao lado dele é uma honra e uma lição de humanidade”, afirma.
Ainda de acordo com a autora, as histórias despertam o gosto pela leitura porque partem do universo real da criança “As histórias envolvem suas emoções, amizades, descobertas e conflitos e traduzem tudo isso em linguagem acessível, visual e cheia de humor. Como psicopedagoga, vejo que esse vínculo afetivo é fundamental: a alfabetização não acontece só com método e técnica, mas com afeto, identificação e sentido.”
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