Entidade reforça pedido de revogação definitiva da portaria sobre trabalho em feriados

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) formalizou, nesta quarta-feira (18), um pedido pela revogação definitiva da Portaria nº 3.665/2023, que estabelece restrições ao funcionamento do comércio em feriados. O pleito ocorre após o quarto adiamento da entrada em vigor da norma, cuja aplicação foi novamente postergada pelo Ministério do Trabalho e […]

Por Editoria Democracias

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) formalizou, nesta quarta-feira (18), um pedido pela revogação definitiva da Portaria nº 3.665/2023, que estabelece restrições ao funcionamento do comércio em feriados.

O pleito ocorre após o quarto adiamento da entrada em vigor da norma, cuja aplicação foi novamente postergada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para março de 2026.

Preocupações do Setor Empresarial

De acordo com a CACB, a medida gera insegurança jurídica, além de representar um retrocesso nas relações de trabalho e um entrave à livre iniciativa.

“É uma medida arbitrária, frontalmente contrária à Lei da Liberdade Econômica, que impõe obstáculos inaceitáveis à atividade empresarial no Brasil”, declarou o presidente da entidade, Alfredo Cotait.

Posicionamento do Governo

Em nota pública, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a decisão de adiar novamente a entrada em vigor da portaria decorre do compromisso com o diálogo institucional:

“Após conversas com o presidente da Câmara dos Deputados e lideranças do setor, decidi prorrogar a vigência da portaria, assegurando um prazo técnico para a consolidação das negociações”, afirmou.

Contexto Jurídico e Histórico

A Portaria nº 3.665/2023, publicada em novembro de 2023, reafirma o disposto na Lei nº 10.101/2000, atualizada pela Lei nº 11.603/2007, segundo a qual o funcionamento do comércio em feriados só pode ocorrer mediante acordo ou convenção coletiva, além de seguir as normas municipais.

A medida visa corrigir uma distorção gerada durante o governo anterior, quando a Portaria nº 671/2021 autorizou unilateralmente o funcionamento em feriados, sem respaldo legal na avaliação da atual gestão.

O governo defende que a exigência de negociação coletiva fortalece as relações trabalhistas, promovendo equilíbrio entre os interesses de empregadores e trabalhadores.

Impacto no Setor Produtivo

O advogado trabalhista Felipe Matias, do escritório Vieira Rezende Advogados, destacou que o adiamento reflete pressões políticas e a mobilização intensa de entidades patronais, especialmente dos setores de comércio e serviços.

“A ausência de previsibilidade gera risco ao funcionamento de atividades essenciais. Paralelamente, tramitam no Congresso diversos Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) para anular os efeitos da portaria, demonstrando a resistência parlamentar”, afirmou.

Posição dos Trabalhadores

Por outro lado, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) criticou o adiamento da norma, defendendo que a exigência de negociação coletiva não é um obstáculo, mas um mecanismo legítimo de proteção, equilíbrio e valorização do trabalho.

“Negociar com sindicatos não é burocracia. É defesa da democracia nas relações laborais”, pontuou a CNTC em nota.

Riscos Legais para Empresas

O advogado Felipe Matias alertou que o descumprimento da obrigação de firmar acordos coletivos para funcionamento em feriados pode gerar:

  • Sanções administrativas aplicadas pela fiscalização trabalhista;
  • Multas;
  • Ações judiciais, com possibilidade de condenação ao pagamento em dobro pelos feriados trabalhados.

Em casos reincidentes, o Ministério Público do Trabalho (MPT) poderá intervir, com responsabilização coletiva e repercussões reputacionais para as empresas.


DEMOCRACIAS

Veja mais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, se reuniram pela primeira vez em seis anos — reacendendo as esperanças de uma redução das tensões entre as duas maiores economias do mundo
(PI) Governo elege como prioritárias as áreas de saúde, educação, segurança e infraestrutura, e tenta atrair setor privado
Ministro Wellington Dias e comitiva da pasta participam da Segunda Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social e da Primeira Reunião de Líderes da Aliança Global no Catar de 3 a 6 de novembro
Instrumento técnico reforça a atuação conjunta e prepara o Sistema Único de Assistência Social para emergências e crises climáticas, desde a prevenção até a reconstrução social
Policiais franceses ao lado da escada elevatória usada por ladrões para entrar no Museu do Louvre, em Paris, em 19 de outubro de 2025
Decisão do ministro Flávio Dino estende aos entes federados a obrigação de respeitar, na execução de emendas locais, modelo de transparência e rastreabilidade fixado a partir de decisões do STF
Segundo o entendimento que vem sendo construído por essa maioria, as nomeações não podem ocorrer se o nomeado não tiver aptidão técnica para o cargo, se for caracterizada fraude à legislação ou quando houver nepotismo cruzado.
Veja mais
(PI) As orientações foram destinadas para conselheiros e representantes de associações que atendem pessoas com deficiência