Governador Rafael Fonteles destaca inclusão e inovação na agenda do Piauí

(PI) Governo elege como prioritárias as áreas de saúde, educação, segurança e infraestrutura, e tenta atrair setor privado

Por Editoria Democracias

Rafael Fonteles, governador do Estado do Piauí

Uma estratégia de desenvolvimento associada à inclusão, com foco na inovação. Essa descrição resume o modelo de governança implantado pelo economista e educador Rafael Tajra Fonteles (PT), de 40 anos, governador do Piauí. Faltando um ano e meio para terminar o mandato, Fonteles contabiliza 90% das metas de gestão cumpridas (segundo a Secretaria do Planejamento), aprovação de 87% da população (de acordo com o Instituto Amostragem), contas públicas equilibradas em um orçamento de R$ 23,1 bilhões para 2025, dos quais R$ 2,7 bilhões destinados a investimentos.

Filho do ex-deputado federal Nazareno Fonteles, o governador foi secretário da Fazenda do Estado por sete anos, coordenador do PRO Piauí e presidente do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) por dois mandatos, de 2019 a 2022. Em dezembro de 2024 foi eleito presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) para 2025.

Nesta entrevista, ele destaca as áreas prioritárias de sua gestão e relata as ações que estão resultando em uma rápida abertura econômica com participação ativa do Estado.

 

Quais foram as prioridades definidas em sua gestão e qual é a capacidade do Estado para cumprir as diretrizes traçadas?

O intuito foi promover um desenvolvimento socioeconômico mais equitativo e inclusivo. Para isso, elegemos quatro áreas prioritárias básicas: saúde, educação, segurança e infraestrutura. E estabelecemos três diretrizes fundamentais, que são um superchoque educacional e tecnológico; a estabilidade duradoura, institucional e fiscal; e a abertura econômica, com participação ativa do Estado. Neste terceiro ano de mandato, mais de 90% dos 178 compromissos de governo já foram cumpridos. E com as contas públicas equilibradas. Optamos por acelerar investimentos a partir de operações de crédito, o que elevou o nível de endividamento, mas não afetou os nossos compromissos financeiros. Nos últimos anos, o Piauí foi o Estado com maior volume de investimento no Brasil [17% da receita líquida corrente, de acordo com a Secretaria de Planejamento do Estado], superior à média nacional, segundo dados da Receita Federal.

 

Quais são os principais investimentos efetivados até agora e que resultados já apresentaram?

São vários. Eu destacaria os investimentos em rodovias. Temos uma malha rodoviária gigante, de mais de 8.800 quilômetros, 90% em condições boas ou ótimas. Também está na primeira ordem o investimento em educação básica. Todas as escolas de ensino médio oferecem o tempo integral com formação profissional técnica. Mais de 60% da rede já foi reformada de acordo com o que nós chamamos “padrão ouro” – com climatização, biblioteca, refeitório, laboratório de informática. Na saúde, conseguimos uma marca histórica, reduzindo o tempo médio de espera de cirurgia eletiva de 464 para 59 dias. Na segurança pública, com aumento do efetivo e investimento em inteligência e integração das forças de segurança, foi possível reduzir homicídios em mais de 25% e roubos de celular em mais de 50%.

 

Como estão as políticas públicas na área social? O Estado tem um problema grave e antigo no saneamento básico.

O Piauí é o Estado que mais reduziu o percentual de famílias na extrema pobreza [4% em 2024, segundo dados do Banco Mundial]. Hoje nós temos o melhor número do Nordeste. Prova de que os esforços federal, estadual e dos municípios têm surtido efeito em nosso Estado. Também somos o Estado com maior percentual de crianças na pré-escola, 100%, o que nos coloca entre os dez melhores índices nacionais de alfabetização de crianças. Quanto ao saneamento, é fato, esse é o nosso problema mais grave, em especial no interior do Estado. Mas estamos confiantes de que o cenário está melhorando. Em junho, nós passamos o serviço de água e esgoto para a iniciativa privada. A empresa Águas do Piauí vai investir mais de R$ 8 bilhões na expansão das redes de água tratada e esgoto, na redução do despejo de resíduos nos corpos d’água e no beneficiamento dos ecossistemas locais.

 

As parcerias de investimento são uma forte marca de seu governo. Como atrair negócios para os setores-chave de desenvolvimento e quais as garantias para a sustentabilidade desses empreendimentos?

Esse é exatamente o papel da agência Investe Piauí, criada para difundir nosso potencial e atrair investidores no Brasil e no mundo. Neste ano, a agência opera com um orçamento de R$ 300 milhões, atuando desde a captação de negócios estratégicos até o acompanhamento do investidor em toda a sua jornada de implantação do empreendimento. O Piauí tem uma boa política de incentivos fiscais. E a Junta Comercial mais rápida do Brasil. No que diz respeito aos processos de licenciamento, o Estado apoia os empreendedores a superar os entraves da burocracia. Além disso, promovemos eventos, seminários e várias missões nacionais e internacionais para divulgar nossos produtos de pecuária, mineração, energia limpa, turismo, economia digital. Para estimular as atividades estratégicas, o governo pode até mesmo propor uma participação como sócio minoritário do empreendimento. Já estamos, por exemplo, com sociedade em um frigorífico. E há outros negócios em andamento.

 

O senhor acaba de voltar de uma missão à China. Quais as novas trazidas de lá?

A China é o nosso maior parceiro comercial. Tanto que abrimos um escritório lá e assinamos um acordo de amizade com a província de Fujian. Essa foi a segunda vez que o nosso governo levou para o continente chinês um grupo de 60 empresários interessados em adquirir equipamentos e insumos ou vender seus produtos. Nosso foco foi ampliar mercado na área da agropecuária e atrair investimentos para a área de energia renovável. Estivemos em contato com duas gigantes chinesas, o grupo SPIC e a CMA CGM. Mas abrimos diálogo também nos segmentos de tecnologia e economia digital, nos quais a China passou a ser referência. Com isso, prospectamos possíveis investimentos em conectividade e data centers.

 

Quais são os seus planos para o futuro? O senhor pensa em uma recandidatura em 2026?

Minha preocupação agora é prestar contas do que estamos fazendo e terminar bem essa gestão. Mas naturalmente há uma grande probabilidade de eu ser candidato à reeleição. Quando chegar o momento, com certeza vamos nos preparar para uma candidatura que vise à continuidade e à complementação dos projetos que já estão trazendo tantos resultados positivos para o nosso Estado.

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