Oposição enfrenta barreiras históricas para derrubar decreto que aumenta o IOF

Apesar da tentativa da oposição de anular o decreto presidencial que eleva a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

Por Editoria Democracias

Apesar da tentativa da oposição de anular o decreto presidencial que eleva a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para 3,5%, as probabilidades de êxito no Congresso Nacional são extremamente reduzidas. Levantamento feito pela CNN aponta que, nos últimos 20 anos, apenas 0,3% dos Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) atingiram seu objetivo — e nenhum obteve aprovação desde 2021.

Até o momento, ao menos três parlamentares já protocolaram PDLs com o intuito de barrar a medida adotada pelo governo Lula: os deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Julia Zanatta (PL-SC), e o senador Rogério Marinho (PL-RN). Além disso, foi apresentado requerimento para que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, preste esclarecimentos ao Congresso sobre a elevação do tributo.

O PDL é um instrumento legislativo que permite ao Parlamento anular atos normativos do Executivo, como decretos e portarias, sempre que identificadas extrapolações legais ou controvérsias jurídicas. No entanto, a tramitação dessas proposições é frequentemente travada. De um total de 2.570 PDLs apresentados entre 1º de janeiro de 2005 e 26 de maio de 2025, apenas oito foram aprovados por ambas as Casas e resultaram na revogação do ato normativo questionado.

Histórico de baixa efetividade

As poucas exceções bem-sucedidas versaram sobre áreas como saúde, orçamento público, meio ambiente, pesca e legislação eleitoral. Um exemplo de insucesso foi o PDL 98/2023, que visava sustar o decreto do novo marco do saneamento: embora aprovado pela Câmara, foi posteriormente arquivado no Senado.

Atualmente, pelo menos 16 projetos semelhantes encontram-se estagnados na Casa revisora, sem previsão de deliberação. A maior parte já foi formalmente arquivada.

Estratégia política e mobilização digital

Ciente das limitações regimentais, a oposição aposta em capitalizar politicamente a discussão, apostando em nomes com forte presença nas redes sociais. Um dos cotados para relatar os PDLs é o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que possui mais de 17,6 milhões de seguidores no Instagram. Ele já protagonizou mobilizações digitais eficazes, como no caso da proposta de fiscalização sobre o Pix, que levou o governo a recuar diante da pressão popular gerada.

Apesar de integrar o mesmo partido dos autores dos projetos, Nikolas pode assumir a relatoria, já que não há impedimento regimental, desde que não tenha interesse direto no tema.

Justificativa do governo e impacto fiscal

O governo federal justifica o aumento do IOF como medida necessária para ampliar a arrecadação e atingir a meta de zerar o déficit fiscal ainda em 2025. A previsão é que a arrecadação adicional chegue a R$ 18 bilhões no próximo ano e R$ 37 bilhões em 2026. Caso contrário, serão inevitáveis cortes no orçamento — incluindo possíveis reduções em emendas parlamentares.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a proposta da oposição, argumentando que qualquer tentativa de alterar o IOF precisará apresentar alternativa viável de receita.

“A oposição apresentar PDL é uma prerrogativa. Mas, se quiserem modificar o IOF, devem apontar uma fonte alternativa de arrecadação. Sem isso, haverá um contingenciamento de R$ 50 bilhões”, declarou.

PDLs que obtiveram êxito desde 2005

Confira abaixo os oito PDLs aprovados nos últimos 20 anos:

  • SUS e emendas (2021) – Revogada portaria que limitava uso de emendas parlamentares.

  • Contabilidade pública (2020) – Anulada norma sobre prazos de relatórios fiscais.

  • Pesca (2017) – Sustado regulamento que prejudicava comunidades pesqueiras.

  • Planos de saúde estatais (2018) – Cancelada diretriz sobre financiamento de assistência médica.

  • Agropecuária e meio ambiente (2015) – Derrubados critérios ambientais aplicáveis ao setor.

  • Tabela SUS (2013) – Suspensa norma que modificava parâmetros de procedimentos médicos.

  • Distribuição de cadeiras legislativas (2013) – Sustada resolução do TSE sobre representação parlamentar.

  • Medicamentos para emagrecimento (2011) – Anulada proibição da Anvisa sobre determinadas substâncias.

DEMOCRACIAS

Veja mais

O novo documento traz mais segurança, padronização e praticidade ao dia a dia dos servidores. A identidade funcional será integrada à base da Carteira de Identidade Nacional e poderá ser validada por QR Code
(PI) É o que revela a mais recente sondagem do Instituto Amostragem, realizada entre os dias 12 e 15 de julho

Durante cerimônia de entrega de moradias populares em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo, nesta quinta-feira (17), o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi indagado por um apoiador sobre eventual candidatura ao Palácio do Planalto. Em

A Citizens Financial reportou, nesta quinta-feira (17), crescimento no lucro referente ao segundo trimestre de 2025, impulsionado por aumento na arrecadação com tarifas e pela redução nos custos relacionados aos depósitos. A receita total proveniente de fontes que não envolvem

Empresas brasileiras acumularam prejuízos médios de R$ 11,2 milhões decorrentes de fraudes no período de um ano encerrado em março, representando um crescimento de quase 35% em relação a 2024, quando o montante foi de R$ 8,3 milhões. Os dados

O restabelecimento da validade do decreto que majorou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) deverá assegurar ao governo federal uma receita estimada em R$ 11,5 bilhões neste ano. A determinação foi proferida nesta quarta-feira (16) pelo ministro Alexandre

  SPIA: Novo sistema de videomonitoramento com inteligência artificial será lançado por Rafael Fonteles em 16 de agosto O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, anunciou, nesta terça-feira (15), a instalação de 1.200 câmeras de segurança nas cidades

Veja mais
(PI) Rafael Fonteles afirma que participação dos filiados valoriza a unidade interna do partido