Início » Dólar inicia 2025 em alta e atinge R$ 6,22, enquanto Ibovespa registra queda; mercado reage a dados externos e cenário fiscal brasileiro

Dólar inicia 2025 em alta e atinge R$ 6,22, enquanto Ibovespa registra queda; mercado reage a dados externos e cenário fiscal brasileiro

Fatores internacionais influenciam o mercado

por Editoria Democracias

O dólar começou o primeiro pregão de 2025 em alta, cotado a R$ 6,22 nos primeiros minutos de negociação. A moeda norte-americana reflete as expectativas em torno de novos dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos e o impacto do cenário fiscal brasileiro, que continua a ser uma preocupação central para investidores. Paralelamente, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, opera em queda, sinalizando um início de ano com cautela no mercado financeiro.

Fatores internacionais influenciam o mercado

No cenário global, a atenção se volta para os pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA, um dos poucos dados econômicos relevantes previstos para o dia. A China também contribui para a apreensão do mercado, após a divulgação de números abaixo das expectativas para o crescimento do setor industrial em dezembro, segundo os índices de gerentes de compras (PMIs).

Dados fiscais no radar dos investidores

No Brasil, o mercado continua repercutindo os números do setor público divulgados na última segunda-feira (30). O déficit primário consolidado em novembro foi de R$ 6,6 bilhões, uma melhora significativa em relação ao déficit de R$ 37,3 bilhões registrado no mesmo período de 2023. Apesar da redução, o desequilíbrio das contas públicas mantém a desconfiança dos agentes financeiros quanto à capacidade do governo de alcançar a meta de zerar o déficit em 2024 e 2025, conforme estipulado no novo arcabouço fiscal.

Arcabouço fiscal e corte de gastos

O governo federal aprovou um pacote de cortes que previa economizar R$ 70 bilhões, mas analistas do mercado consideram a medida insuficiente para garantir o cumprimento das metas fiscais. A desvalorização do real em 2024, que culminou em uma alta acumulada de 27,35% do dólar frente à moeda brasileira, reflete essa desconfiança. Paralelamente, o Ibovespa encerrou 2024 com queda acumulada de 10,36%, influenciado pelo mesmo contexto.

Haddad tenta acalmar o mercado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumenta que as alterações no pacote de cortes feitas pelo Congresso não comprometem o resultado esperado pelo governo. No entanto, analistas contestam essa visão, apontando que o potencial de economia fiscal caiu de R$ 52 bilhões para R$ 44 bilhões. A falta de medidas estruturais, como ajustes na Previdência e nos pisos de saúde e educação, é vista como um obstáculo para atingir as metas de equilíbrio fiscal.

Impactos do cenário global no Brasil

A eleição de Donald Trump nos EUA, a manutenção de juros elevados no mercado norte-americano e conflitos internacionais também pesaram sobre o real e o mercado brasileiro em 2024. Esses fatores externos, combinados com a percepção de que o governo brasileiro não pretende avançar na contenção de despesas, reforçam o pessimismo.

Perspectivas para 2025

O governo enfrenta a pressão de apresentar medidas adicionais para equilibrar as contas públicas e melhorar a confiança dos investidores. A expectativa é de que o arcabouço fiscal permita uma trajetória de superávit primário a partir de 2026, mas o mercado permanece cético. Além disso, declarações recentes do presidente Lula sobre a priorização de políticas sociais e promessas de campanha aumentam as incertezas sobre a sustentabilidade fiscal do país.

Em resumo, 2025 começa com desafios significativos para o governo, com o mercado financeiro atento às medidas que serão tomadas para estabilizar a economia e restaurar a confiança interna e externa.

DEMOCRACIAS

você pode gostar