O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sua mais recente ofensiva comercial: um novo aumento nas tarifas sobre automóveis importados. Em entrevista no Salão Oval, o republicano indicou que a medida entrará em vigor “por volta de 2 de abril”, justificando que a implementação poderia ter ocorrido no dia 1º, mas foi postergada para a data seguinte.
A decisão faz parte da estratégia de Trump para reformular o comércio global e incentivar a produção industrial dentro dos EUA. Segundo dados da Ward’s Intelligence, citados pela Reuters, cerca de 25% dos veículos novos vendidos no mercado norte-americano no último ano foram classificados como importados. O aumento das tarifas pode impactar diretamente montadoras estrangeiras e fabricantes que possuem linhas de produção fora do território americano.
Expansão das tarifas protecionistas
Desde sua posse, em 20 de janeiro, Trump adotou uma série de medidas protecionistas, impondo sobretaxas a diferentes setores. O primeiro passo foi a aplicação de uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, seguida do anúncio de uma alíquota de 25% sobre importações do México e de produtos não energéticos do Canadá. Posteriormente, determinou que o mesmo percentual passaria a incidir sobre aço e alumínio a partir de 12 de março.
Na última quinta-feira (13/12), Trump também ordenou que sua equipe econômica elaborasse um plano para estabelecer tarifas recíprocas sobre países que taxam produtos norte-americanos. A estratégia intensifica sua política de endurecimento comercial, que tem sido uma marca de sua administração.
Impacto nos mercados e temores inflacionários
As movimentações do presidente têm gerado forte instabilidade nos mercados financeiros, afetando a cotação do dólar e os índices das bolsas de valores. Os investidores tentam se ajustar às incertezas geradas pelas medidas tarifárias, que podem reconfigurar cadeias de suprimentos e custos de produção.
Economistas alertam para o risco de uma alta na inflação, já que as tarifas tendem a elevar os preços dos veículos importados e dos insumos utilizados pelas montadoras nos EUA. O aumento de custos, por sua vez, pode ser repassado aos consumidores, pressionando ainda mais o mercado interno.
A medida reforça a postura de Trump em favor do protecionismo econômico e deve intensificar tensões comerciais com parceiros estratégicos dos Estados Unidos. Resta saber como as montadoras e os países afetados reagirão à nova política tarifária e quais serão os desdobramentos dessa ofensiva no cenário global.
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