Em dois anos, 6 milhões deixam a extrema pobreza no Brasil, aponta FGV Social

O número de brasileiros em situação de extrema pobreza caiu significativamente nos últimos dois anos, totalizando 6 milhões de pessoas

Por Editoria Democracias

O número de brasileiros em situação de extrema pobreza caiu significativamente nos últimos dois anos, totalizando 6 milhões de pessoas que superaram essa condição desde 2022, segundo análise do FGV Social. A queda coincide com o fortalecimento dos programas de transferência de renda e a expansão do mercado de trabalho, fatores que também contribuíram para a redução da desigualdade de renda ao menor patamar desde 2012, conforme dados divulgados pelo IBGE.

O levantamento, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), mostra que o rendimento médio per capita cresceu mais entre os grupos de menor poder aquisitivo. O resultado foi uma forte retração na parcela da população em situação de miséria, que em 2024 passou a representar 6,8% da população brasileira — o equivalente a 14,7 milhões de pessoas, contra 8,3% em 2023.

O coordenador do FGV Social, Marcelo Neri, destacou que “a queda na desigualdade surpreendeu pela velocidade”, especialmente por estar acompanhada de crescimento tanto do rendimento médio domiciliar quanto do PIB per capita.

A renda média mensal por pessoa alcançou R$ 2.020, uma alta de 4,7% em relação a 2023 e o maior valor desde o início da série histórica em 2012. No segmento dos 5% mais pobres, aproximadamente 10,8 milhões de brasileiros, o avanço foi ainda mais expressivo: 17,6% de aumento na renda.

A linha de extrema pobreza, segundo a FGV Social, corresponde a uma renda domiciliar per capita de R$ 333 por mês.

O Índice de Gini, que mensura a desigualdade de renda entre 0 (igualdade total) e 1 (desigualdade máxima), recuou para 0,506 em 2024, abaixo dos 0,518 registrados nos dois anos anteriores. O cenário foi favorecido pela consolidação do novo Bolsa Família, reformulado em 2023, e pela ampliação do acesso ao mercado formal.

De acordo com Gustavo Fontes, analista do IBGE, o crescimento da renda do trabalho desempenhou papel decisivo na elevação dos rendimentos domiciliares, complementando o impacto dos programas sociais. A política de valorização do salário mínimo também teve efeito relevante, embora especialistas divergem sobre sua eficácia para os mais pobres, que muitas vezes atuam na informalidade com remuneração inferior ao piso nacional.

Bruno Imaizumi, economista da consultoria LCA 4intelligence, ressaltou que o reajuste do salário mínimo “teve impacto direto sobre os salários mais baixos” e funcionou como referencial inclusive para atividades informais, além de influenciar positivamente aposentadorias e benefícios sociais. “É benéfico para os mais pobres, embora desafie o equilíbrio fiscal do governo”, afirmou.

A Regra de Proteção, mecanismo introduzido em 2023, também contribuiu para o cenário favorável. A medida permite que beneficiários do Bolsa Família permaneçam no programa mesmo após elevação moderada da renda, incentivando a busca por trabalho formal. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, 75% das vagas formais criadas em 2024 foram preenchidas por beneficiários do Bolsa Família.

Exemplo desse impacto é o caso de Lúcia Medeiros, de 42 anos, mãe de três filhos, que perdeu o emprego em março de 2024 e foi amparada pelo Bolsa Família. Em janeiro deste ano, ela foi contratada novamente como cozinheira em um restaurante no Rio de Janeiro:

“O Bolsa Família me ajudou a sair do sufoco quando eu estava desempregada”, relatou.

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