O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou, nesta segunda-feira (26/5), apoio total ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diante das recentes medidas fiscais adotadas para conter o déficit nas contas públicas. A manifestação ocorreu após a repercussão negativa da elevação nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide sobre crédito, câmbio e seguros.
Durante a abertura do Fórum Nova Indústria Brasil, realizado no Palácio do Itamaraty e promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Alckmin afirmou:
“Haddad terá todo o nosso apoio, integral, para a gente fazer tudo que precisar fazer, os contingenciamentos, o esforço fiscal para não ter déficit.”
Meta fiscal e contingenciamento
Em sua fala, o vice-presidente reforçou o compromisso da gestão com a meta fiscal de 2025, que prevê déficit primário zero, permitindo, no entanto, uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB — o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões. Para atender à meta, a equipe econômica anunciou, na última semana, um contingenciamento de R$ 31,3 bilhões.
Alckmin também criticou os elevados déficits de anos anteriores. Ao citar o resultado de 2020, ano mais crítico da pandemia, ele ressaltou que o Brasil teve um déficit primário de R$ 703 bilhões, equivalente a 9,1% do PIB, mesmo sem ampliar o endividamento formal.
“O Brasil tinha um PIB de R$ 8,5 trilhões. Não pagou 1 centavo de dívida e gastou quase R$ 800 bilhões a mais do que arrecadou. Quase 10% de déficit primário. Qual a desculpa? Covid. Covid teve no mundo inteiro. Quanto teve de déficit primário o México? Meio porcento em 2020”, ironizou.
Em contraste, o vice-presidente citou que o déficit de 2024 foi de R$ 43 bilhões, representando 0,36% do PIB.
Perspectivas econômicas
Ao encerrar sua participação no evento, Alckmin demonstrou otimismo com o cenário econômico nacional. Ele mencionou a safra agrícola recorde, a valorização do real frente ao dólar e a expectativa de redução da taxa básica de juros como elementos-chave para a retomada do crescimento.
“Se Deus quiser, vamos ter um ótimo ano. A safra agrícola recorde. O dólar que estava em R$ 6,20, baixou para R$ 5,70. É só cair a taxa de juros que a economia vai crescer”, concluiu.
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